A radiologia é, sem dúvidas, a área da medicina que acompanha, muitas vezes até de forma pioneira, a evolução da tecnologia. Enquanto especialidade de diagnóstico, avança rumo a tratamentos mais precisos e eficientes. Trata-se da radiologia do futuro que, apesar de exigir preparo por parte dos profissionais, abre leque infindável de oportunidades.
Equipamentos e métodos mais precisos surgem a cada dia, proporcionando tanto atendimento de excelência ao paciente quanto melhoria no trabalho dos profissionais.
Não só isso!
Aspectos como a inteligência artificial na radiologia otimizam a gestão de clínicas, tornando-as mais credíveis e competitivas.
Entretanto, muitos ainda olham com desconfiança para essa radiologia do futuro, temendo que o próprio trabalho do radiologista desapareça.
Como veremos adiante, máquinas e humanos trabalham juntos, uma vez que falamos de uma ciência do diagnóstico. O que não exime, porém, o profissional de adaptações, aprendizagens e capacitações rotineiras.
O que podemos chamar de radiologia do futuro?
Ao contrário de outras profissões, fadadas ao desaparecimento devido à evolução tecnológica, a Radiologia se vê mais forte do que nunca. Afinal, trata-se de uma área que vê a absorção da tecnologia como inevitável e inerente à própria atividade.
Sendo assim, podemos chamar de radiologia do futuro uma área da medicina cada vez mais tecnológica, no sentido de buscar diagnósticos mais precisos. Também, mais eficiente, tanto por proporcionar tratamentos eficazes e personalizados, quanto gestão otimizada.
Ainda mais segura, simples e veloz no armazenamento de dados, emissão de laudos e acesso remoto a imagens. Mais adiante, teremos uma visão ampla dos avanços dessa radiologia do futuro e o que ela representa, na prática, para pacientes e profissionais.
Um breve histórico dos avanços da radiologia
A princípio, a história da radiologia teve início em 1895, quando o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os raios-X. Uma descoberta que permitia “enxergar” o interior dos pacientes. A primeira radiografia foi realizada em dezembro do mesmo ano.
No Brasil, a tecnologia chegou um ano depois e o primeiro aparelho foi instalado em Formiga, no interior de Minas Gerais. Em 1898, Marie e Pierre Curie descobriram o elemento rádio, emissor da radiação e, mais tarde, a base da radioterapia. Entre as descobertas e marcos históricos da radiologia, podemos citar:
- Descoberta da radioatividade (1896)
- Invenção da mamografia (1913)
- Introdução do filme em substituição das chapas de vidro (1918)
- Descoberta da ressonância magnética nuclear (1946)
- Invenção da tomografia computadorizada (1972)
Tais avanços seguiram ao longo das décadas, conforme a evolução tecnológica existente em outras áreas da medicina. Nesse sentido, temos, por exemplo, uso de softwares para avaliação de imagens, bem como a ampliação da inteligência artificial.
Os principais avanços conquistados pela radiologia
Sem dúvidas, a descoberta do raio-X constitui o principal avanço e o pontapé para o que temos, hoje, como radiologia do futuro. Até hoje, trata-se de uma das principais formas para detecção de patologias, após aperfeiçoamentos ao longo dos anos.
Em seguida, temos a evolução destas técnicas, passando pela mamografia, ressonância magnética, até os diagnósticos computadorizados. Tal patamar foi atingido a partir da década de 60, proporcionando imagens mais precisas e obtidas com maior agilidade.
O uso de softwares para visualização de imagens auxiliam na captação e disponibilização rápidas das mesmas em meio digital.
O que esperar do futuro da radiologia?
Após pincelar os principais avanços da área até aqui, passamos para o que esperar dessa chamada radiologia do futuro. De fato, as mudanças já chegaram, graças à absorção das tecnologias que revolucionaram diagnósticos, arquivamento de dados e gestão.
Tecnologia a serviço da radiologia
Quando falamos em tecnologia na radiologia, sem dúvidas, precisamos destacar a evolução dos exames, emissão de laudos e sistemas de gestão. Começando pela tomografia computadorizada, cujos tomógrafos utilizam índices reduzidos de radiação no paciente.
Ainda, o marco da radiologia digital aplicada na investigação e monitoramento de tecidos, órgãos e músculos. Para isso, registra imagens por sensores e, em seguida, as envia a um computador para análise do radiologista.
Outra tendência já em ascensão é a utilização de métodos híbridos, como as tomografias por emissão de pósitrons, associando radiologia e medicina nuclear.
No que concerne à emissão de laudos, um dos elementos que integram a radiologia do futuro é a emissão de laudos à distância. Trata-se de uma alternativa viável para solucionar o problema da falta de médicos.
A prática, de fato, faz parte da telemedicina radiológica, que permite também a interpretação das imagens. Em um cenário mais amplo e seguindo a regulamentação do Conselho Federal de Medicina, a telerradiologia é a prática da medicina à distância.
A ideia é unir a plataforma da telemedicina com serviços e equipamentos da radiologia digital. Basta, apenas, a presença de um radiologista para acompanhar exames, como densitometria óssea e mamografia.
Na gestão, apontamos que a radiologia do futuro precisa otimizar seus fluxos de atendimento, incluindo arquivamento e acesso rápido às informações do paciente. Aqui, destacamos a aplicação do:
- Sistema RIS para cadastro, agendamento de consultas, filtro de informações e controle administrativo.
- DICOM, conjunto de normas que tem, por finalidade, unificar o formato de exames de diagnóstico no meio eletrônico.
- Sistema PACS para armazenamento de imagens e de comunicação.
Boa parte das inovações acima mencionadas advém da adesão contínua à inteligência artificial.
Armazenamento em nuvem
Ainda no quesito de gestão, uma das inovações mais promissoras da radiologia está no armazenamento em nuvem. Laudos podem ser digitalizados, bem como o próprio prontuário do paciente, de forma que o profissional possa acessá-lo de onde estiver.
Além disso, esse tipo de arquivo confere maior segurança das informações, economia de custos e espaço, bem como a agilidade de acesso.
Inteligência artificial na radiologia
A aplicação da IA no diagnóstico por imagem se dá com o objetivo de reproduzir pontos da inteligência humana a fim de trazer soluções. Em outras palavras, o radiologista tem o apoio da tecnologia para resolver demandas.
Em suma, o uso da inteligência artificial como parte da radiologia do futuro se faz presente na realização de exames, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, imagens nucleares e mamografias.
Radiologia 4.0
Um conceito interessante inerente à radiologia do futuro está na radiologia 4.0. O termo consiste na gestão de negócio que absorve o uso das novas tecnologias. Isso abrange tanto IA quanto Computação em Nuvem, Big Data e Internet das Coisas para solução rápida de demandas.
Desafios e oportunidades da radiologia do futuro, alicerçando o futuro sempre
Até aqui, vimos todos os avanços da radiologia desde sua invenção até o que se espera do futuro. Um futuro, aliás, bastante próximo e com total adesão às novas tecnologias. Se as mudanças são boas, por que ainda vistas com desconfiança?
Longe de substituir o radiologista, as tecnologias vieram para aprimorar e facilitar o seu trabalho. Porém, ainda que verdadeiras aliadas na competitividade e atendimento de excelência, é natural que os profissionais sejam cada vez mais exigidos para se adaptarem à nova realidade.
Radiologistas devem, então, se capacitar para utilizá-las na prática médica, valendo também para gestores. Logo, os desafios são reais, entretanto, não como barreiras limitadoras, mas oportunidades de fortalecer uma área de tamanha importância no diagnóstico e tratamento.
Como forma de alicerçar o futuro da radiologia, os radiologistas devem assumir o papel de protagonistas. Para isso, precisam agregar conhecimento, adotar uma postura mais dinâmica, buscar fontes confiáveis de informações e trocar experiências.
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