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Saiba como ler um raio-x e interpretar o exame de forma assertiva


O exame de raio-x,  ou radiografia, é um dos mais comuns na rotina médica, principalmente pela simplicidade e custo reduzido. Trata-se de uma metodologia de diagnóstico por imagem e saber como ler um raio-x de maneira assertiva é fundamental para conclusões devidas e tratamentos adequados. 

A preocupação sobre a capacidade de leitura e interpretação é real. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) divulgou dados sobre a conduta médica na avaliação do raio-x. Segundo a pesquisa, cerca de 80% dos profissionais recém-formados não souberam ler o exame e, como resultado, prescreveram tratamentos indevidos.   

Fatores distintos interferem em como ler um raio-x de forma assertiva, inclusive o tipo de exame e a qualidade das imagens. Confira, a seguir, informações detalhadas sobre a conduta em exames de radiografia.    

O que é um raio-x e como funciona?

Antes de falarmos sobre como ler o raio-x, é importante saber o que, exatamente, ele é. O exame de radiografia, ou raio-x, é o procedimento mais utilizado para diagnóstico por imagem.

A análise usa radiação ionizante para a produção das imagens de órgãos e demais estruturas internas. É como se tirássemos uma fotografia interna, mostrando tecidos, músculos, órgãos, vasos sanguíneos e ossos. 

Trata-se de um exame rápido e indolor, além de bastante simples. Além disso, há poucas restrições sobre a submissão do paciente ao procedimento. A exceção vai, por exemplo, para gestantes por não poderem receber radiação. 

Como o raio-x funciona?

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que o exame deve ser realizado por um profissional especializado, o radiologista, cujo conhecimento influencia diretamente em como ler um raio-x. 

Para o procedimento, o paciente tem a parte do corpo que será examinada posicionada sobre o suporte do aparelho. Dentro do aparelho, há um conteúdo radioativo que, quando acionado, passa por uma abertura em direção à área que será examinada. A estrutura anatômica, então, absorve parte dos raios que atravessam a parte do corpo examinada. 

Sob o paciente, há uma chapa contra a qual os raios se chocam com a finalidade de reproduzir as imagens internas. De modo geral, essas imagens são visualizadas em tons de cinza, preto e branco. 

Entretanto, alguns fatores determinam a cor das estruturas, uma vez que cada tecido recebe a radiação de forma diferente. E isso ajuda a saber como ler um raio-x. Tecidos mais densos, por exemplo, absorvem maior quantidade de raio-x, enquanto menos densos reagem de maneira contrária.

Basta pegar uma radiografia óssea para entender como isso funciona. Já percebeu que, no raio-x, o osso aparece mais claro? Isso acontece porque, por ser uma estrutura densa, dura mesmo, há maior absorção da radiação. 

Daí, os raios se chocam contra aquela chapa com menor intensidade. Por outro lado, tecidos mais moles, como vísceras, aparecem mais escuros no exame porque os raios retornam com mais intensidade. Então, queimam o material, sensível à radiação, resultando na cor escura. 

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O que o exame de raio-x pode detectar?

Alunos aprendendo como ler um raio-x

O exame de raio-x pode ser aplicado em diversas partes do corpo, desde estruturas dentais até órgãos mais complexos. Deste modo, dá suporte no diagnóstico de patologias variadas, a exemplo de: 

  • Cáries 
  • Fraturas 
  • Obstrução de vasos sanguíneos 
  • Detecção de tumores  

Entretanto, a patologia ou anormalidade a ser detectada varia conforme o tipo de exame e, consequentemente, a área a ser analisada. O que, mais uma vez, vai impactar em como ler um raio-x.   

Tipos mais comuns de raio-x 

Uma vez que o exame de radiografia é passível de realização em partes distintas do corpo humano, temos diferentes tipos de raio-x. Cada categoria tem suas próprias características, bem como patologias a serem identificadas. 

Raio-x do tórax

O exame de raio-x do tórax é um dos mais comuns na rotina médica, já que a região concentra órgãos vitais. No procedimento, o diagnóstico por imagem normalmente reflete artérias, pulmões, veias e coração. 

Existem três tipos de incidência radiológica – projeção Póstero-Anterior (PA), projeção Antero-Posterior (AP) e perfil.

  • Póstero-Anterior: a radiação entra pelas costas e sai pela região anterior, dando destaque às áreas que estão à frente. 
  • Antero-Posterior: os raios-x entram pela região anterior e sai pelo dorso, desta vez, destacando regiões próximas às costas.
  • Perfil: evidencia as áreas próximas ao lado que está sendo examinado.

As incidências interferem em como ler o raio-x porque têm a finalidade de visualizar estruturas como ossos, coluna, coração, pulmões e vasos sanguíneos. Logo, a posição para o exame é fundamental para a leitura e análise corretas das estruturas. 

De modo geral, o raio-x torácico sinaliza patologias como tumores, nódulos, cardiomegalia, pneumonia, tuberculose e derrame cardíaco. Sobre o raio-x do tórax, há algumas considerações, mesmo para a eficácia do exame. 

No diagnóstico dos pulmões, por exemplo, é preciso considerar o movimento do órgão, ou seja, inspiração e expiração. Conforme o grau de expansão, é feito o diagnóstico eficaz da pneumonia e da cardiomegalia.     

Também há diferença na realização do raio-x em homens e mulheres, já que as mamas impactam tanto as imagens quanto a análise do exame.  

Raio-x do abdome 

Ainda que esse tipo de raio-x venha sendo gradativamente substituído pela tomografia computadorizada, ainda é usado para o diagnóstico de patologias intestinais, por exemplo. Também, para investigações no fígado, rins e bexiga. 

O exame no abdome também tem as mesmas incidências radiológicas do raio-x do tórax. Porém, neste caso, o paciente é examinado deitado, de perfil, de pé ou em decúbito. Sobre as patologias demonstradas, podemos citar: 

  • Cálculos renais e biliares 
  • Obstrução intestinal
  • Fecalomas
  • Problemas no sistema digestivo (com contraste de bário)

O posicionamento do paciente influencia tanto na qualidade das imagens quanto em como ler um raio-x.  

Raio-x da coluna

Como a coluna é uma estrutura extensa, é separada em quatro segmentos que, por sua vez, são examinados em radiografias separadas. Na radiografia da coluna dorsal, é examinada a região torácica, enquanto o raio-x da coluna cervical é feito nas sete vértebras do pescoço. 

O raio-x da coluna lombar, por sua vez, analisa as cinco vértebras sob o tórax. Por fim, na coluna lombo-sacra, o exame estuda as cinco vértebras interiores. Por outro lado, se houver a necessidade de analisar a coluna em sua totalidade, o exame indicado é o raio-x extralongo.

Quanto às incidências, a escolha depende do que o profissional suspeitar sobre o quadro. Podem ser oblíqua, perfil ou lateral, PA ou AP. De modo geral, o raio-x da coluna identifica patologias como: 

  • Hérnia de disco 
  • Bicos de papagaio
  • Artrose colunar 
  • Metástase tumoral 
  • Fraturas e luxações

Raio-x da face 

A princípio, o raio-x da face é indicado para a análise da anatomia facial, bem como regiões específicas do crânio. É o caso, por exemplo, do diagnóstico de sinusite, tumores na região nasal e fraturas.  

O posicionamento do paciente é indispensável para saber como ler o raio-x e identificar anormalidades. Logo, é preciso considerar as diferentes incidências, a exemplo da lateral (perfil), PA e AP. Entretanto, há uma incidência específica, como oblíqua tangencial, para avaliar a bochecha e parte da órbita ocular. 

Como ler um raio-x e interpretá-lo corretamente

Mulher interpretando os resultados do raio-x

A radiografia é um exame de diagnóstico de imagem simples e preciso. Entretanto, é de suma importância que o médico saiba como ler o raio-x e interpretá-lo da forma correta, sob o risco de conduzir a tratamentos inadequados e, consequentemente, levar ao agravamento do quadro

Diante disso, como ler um raio-x de forma assertiva? Sem dúvidas, a qualidade da imagem interfere diretamente na leitura correta do exame. Neste sentido, o profissional deve observar tanto a rotação quanto a inspiração e penetração

A rotação pode ser explicada como um aspecto indesejado, normalmente quando se posiciona o paciente inclinado para a esquerda ou direita. Neste caso, é preciso que o exame não esteja rodado para não prejudicar a visualização. 

Já a inspiração afeta a análise do tórax, logo, é preciso que haja uma boa expansão dos pulmões. Por fim, na penetração, ou a capacidade do raio-x em penetrar a matéria, é fundamental para a análise perfeita do material examinado. 

A qualidade do exame é impactada pelo tipo de equipamento. Nisso, está até o cálculo da quantidade de radiação a ser recebida pelo paciente. Afinal, a exposição excessiva pode levar ao desenvolvimento de doenças, segundo alerta da Organização Mundial de Saúde.

Enfim, em como ler um raio-x, alguns aspectos devem ser considerados, a saber:

  1. Lembrar que se trata de um exame bidimensional, porém, de estrutura tridimensional. 
  2. Considere o histórico e características do paciente, por exemplo, idade, gênero e fatores clínicos
  3. Compare resultados prévios e atuais 

Após saber como ler um raio-x, o profissional deve emitir o laudo, no qual descreve as conclusões do exame. Neste relatório, expõe as devidas percepções, enquanto o diagnóstico é feito pelo médico.   

A Rdicom ajuda a ler o raio-x de forma assertiva

A Rdicom dispõe de soluções que aprimoram a rotina dos profissionais da radiologia, incluindo diagnósticos mais ágeis e precisos. A aplicação da inteligência artificial, por exemplo, dá maior precisão aos exames, principalmente em áreas de maior complexidade, como mamas e cérebro. 

A radiologia digital, ainda, auxilia no cálculo correto da quantidade de radiação a ser aplicada no paciente. 

A importância de ler o raio-x corretamente 

Em suma, vimos o que é o raio-x, um exame baseado pelo diagnóstico por imagem, usando a radiação. Simples e indolor, pode ser aplicado em diferentes partes do corpo, o que faz existir diversos tipos de raio-x. 

Por ser tratar de um exame para visualização de patologias e anormalidades, saber como ler o raio-x de forma correta interfere diretamente na precisão do diagnóstico. Consequentemente, a leitura ineficaz pode levar ao tratamento incorreto e agravamento do quadro.