Radiologia

As contribuições da radiologia convencional para o diagnóstico de imagem


Há muito, vimos comentando sobre a evolução da Medicina, especificamente na área de Radiologia. De fato, desde o final do século XIX, graças à descoberta dos raios-X, a radiologia convencional representou um progresso indiscutível nos exames de diagnóstico por imagem. Um segmento que, a propósito, segue em constante avanço. 

A radiologia convencional se posicionou, ao longo das décadas, como prática essencial na rotina médica. Afinal, consiste na avaliação inicial de uma série de procedimentos, desde detecção de fraturas até análise de patologias mais complexas. 

Entretanto, é natural que, assim como as demais áreas médicas, a radiologia convencional também evolua para técnicas mais eficientes. É o caso da radiologia digital, que traça um caminho cada vez mais consistente nos exames por imagem. 

O que é a radiologia convencional?

A radiologia convencional, nada mais é, a especialidade que emprega o tradicional exame de Raio-X, ou radiografia, para diagnóstico, controle e tratamento de traumas e enfermidades. Nela, é empregada a radiação ionizante para análise de estruturas internas do organismo. 

E como funciona? Primeiro, um feixe de raios-X é gerado pelo equipamento e, em seguida, atravessa a área a ser examinada no paciente, até chegar a um detector ou filme radiográfico. É aí que a imagem é produzida a partir da radiação recebida. 

Na área da Saúde, a radiologia convencional se aplica tanto na Medicina quanto na Odontologia e Veterinária. Consiste no método de avaliação inicial de extremidades, abdômen, coluna e tórax. 

O emprego da tecnologia se dá pela análise detalhada destas estruturas, em razão de suas diferentes densidades. Logo, o exame de raio-X é, ainda, o mais empregado na rotina clínica para identificar, por exemplo:

  • Fraturas
  • Obstruções
  • Cistos 
  • Patologias pulmonares

Existem variações dos exames realizados na radiologia convencional, ainda que conservem os mesmos princípios. A primeira delas está nos exames com contraste, aplicados quando os tecidos analisados têm densidade similar. 

Por isso, são administrados agentes de contraste radiográfico para diferenciar aquele tecido ou estrutura dos demais. Normalmente, o contraste é usado em vasos sanguíneos, sistema biliar e gastrointestinal. 

Contudo, o contraste vem sendo substituído por outros tipos de exame de imagem, inclusive endoscópicos. A outra variação é a fluoroscopia, na qual as imagens são produzidas em tempo real pelo feixe contínuo de raio-X.   

Geralmente, é usado em intervenções coronarianas, detecção de movimentos nas articulações e ossos, bem como exames no diafragma.  

Quando a radiologia convencional foi criada?

A radiologia surgiu em 1895, a partir da descoberta dos raio-X por Wilhelm Conrad Roentgen, um físico alemão. Isso possibilitou que ele realizasse, no mesmo ano, a primeira radiografia da história, quando examinou a mão direita da esposa. 

No Brasil, a tecnologia chegou um ano depois e o primeiro aparelho foi instalado em Formiga, no interior de Minas Gerais. Em 1898, Marie e Pierre Curie descobriram o elemento rádio, emissor da radiação e, mais tarde, a base da radioterapia. 

A revolução da radiologia convencional

A radiologia convencional trouxe, sem dúvidas, relevantes contribuições para a Medicina, como um todo. Afinal, é graças a esta especialidade que os profissionais avaliam desde fraturas ósseas a tumores em áreas mais complexas do corpo humano. 

Em outras palavras, a radiologia permite que radiologistas e demais médicos “enxerguem” internamente o organismo. Com isso, é dado um diagnóstico mais preciso e tratamentos adequados. 

A partir da descoberta dos raio-X e, consequentemente, o estabelecimento da especialidade nos trouxe, por exemplo: 

  • Descoberta da radioatividade
  • Introdução de exames mais complexos, como mamografia e tomografia computadorizada
  • Descoberta da ressonância magnética nuclear

São avanços que seguiram e ainda ao longo das décadas, culminando no uso de softwares para avaliação de imagens, bem como a ampliação da inteligência artificial.  

Transição da radiologia convencional para a digital

Como inevitável evolução da radiologia convencional, temos a transição para a radiologia digital, notadamente a partir da década de 70. De forma muito resumida, a técnica consiste na investigação e monitoramento por sensores que envia as imagens a um computador. 

A partir daí, as imagens são processadas para futura análise do profissional. O primeiro exame, uma angiografia com subtração digital, foi realizado de forma experimental. Já na década seguinte, o primeiro sistema de imagem digital para fins clínicos foi introduzido.  

Desde então, o método vem evoluindo e empregando tecnologias cada vez mais modernas, a exemplo da computação em nuvem, contemplando avanços relevantes para a Medicina. 

Radiologia digital X convencional: principais diferenças

Radiologia convencional X Radiologia digital

O princípio básico da realização dos exames de raio-X está presente nas duas técnicas, entretanto, há uma diferença consistente entre radiologia digital e convencional. Trata-se da forma como os raios são capturados

Na radiologia convencional, as imagens são obtidas por filmes radiográficos e a captura se dá em direção oposta ao feixe emitido. Quando os raios atravessam a área examinada, aquele filme radiográfico, que fica em uma chapa no equipamento, é queimado para, então, gerar as imagens. 

Já na radiologia digital, não há uso de filmes, já que as imagens são capturadas por tecnologia digital. Após a conversão da radiação emitida por um tubo em impulsos elétricos, as informações são geradas em pixels.

Em seguida, é digitalizada e processada por um computador que, então, a transforma em imagem. O processo, em si, é bem mais rápido do que o convencional, além de gerar imagens mais precisas. Sem falar no tempo reduzido de exposição à radiação ionizante.      

Outra vantagem destacável se dá ao armazenamento. Enquanto na radiologia convencional o filme precisa ser revelado, na digital as imagens são salvas em um computador ou nas nuvens. Isso dá mais segurança no armazenamento de dados e evita perdas. 

Devemos trocar a radiologia convencional pela digital?

Sabemos que a radiologia convencional é uma técnica já conhecida e estabelecida há décadas, inclusive com otimizações proporcionais à tecnologia utilizada. Ademais, tem o suporte de equipamentos mais simples que dispensam conhecimento especializado. 

Por outro lado, a radiologia digital se mostra como uma evolução importante nos exames de diagnóstico por imagem. Como vimos, a técnica produz imagens mais nítidas e, consequentemente, mais precisas e em tempo reduzido. 

Ademais, os exames são armazenados digitalmente e em nuvens, de tal forma que possam ser compartilhadas para emissão de laudo à distância. Ou seja, são benefícios importantes para o paciente, que receberá diagnósticos e tratamentos mais eficientes, ainda que seja menos exposto à radiação. 

E, também, para a empresa, uma vez que o equipamento dá maior retorno e proporciona atendimento ágil, melhorando seus indicadores. A mobilidade do arquivo digital é viabilizada pelo Sistema Digital de Arquivamento e Comunicação (PACS) que segue os padrões exigidos pelo Digital Imaging and Communications in Medicine (DICOM)

Os benefícios da radiologia não param por aí. Por dispensar o uso do filme radiográfico, também elimina sua necessidade de revelação. Deste modo, se torna uma alternativa mais sustentável ao não utilizar filmes ou substâncias poluentes no processo de geração das imagens.    

Radiologia digital – um caminho sem volta rumo ao futuro

A radiologia convencional, sem dúvidas, trouxe uma contribuição de suma importância para a Medicina ao permitir o diagnóstico de imagem. Contudo, tratamos de uma área que requer evolução constante, em prol de tratamentos mais eficazes e eficientes em clínicas e hospitais. 

Neste sentido, temos a radiologia digital como uma tendência inevitável, considerando suas vantagens substanciais no diagnóstico e monitoramento de patologias. Ainda que, inicialmente, seja necessário investir em equipamentos mais modernos e capacitação profissional, o custo-benefício já é percebido a médio e longo prazos

Além da qualidade e agilidade na geração das imagens em comparação com a radiologia convencional, o rx digital proporciona retorno financeiro, facilita o trabalho dos profissionais e otimiza o atendimento ao paciente.

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