Todas as especialidades da medicina que utilizam os exames de raio-x para diagnosticar, acompanhar e tratar doenças atribuem à radiologia a responsabilidade por diversos avanços na forma de oferecer o melhor atendimento aos pacientes.
No entanto, por trás da execução de exames de imagem e da emissão de laudos, o projeto de um centro de imagens, de uma clínica ou hospital que contará com aparelhos de raio-x envolve etapas bastante técnicas.
Primeiro, é necessário atender a diversas orientações e obrigações previstas pela Vigilância Sanitária e pelo Ministério da Saúde a fim de garantir o bem-estar dos pacientes, profissionais e da vizinhança.
Nesse sentido, o RDC 50 é a recomendação a qual estes espaços devem seguir à risca, caso contrário, poderão colocar os trabalhadores e pacientes em risco.
Se você já ouviu falar sobre esta sigla, saiba que ela é de extrema importância para a radiologia!
Por isso, nós explicamos de maneira simples e objetiva as complexidades que estão previstas no RDC 50 que devem ser seguidas pelas instituições.
Se você é um gestor, proprietário de uma clínica ou arquiteto que está projetando o espaço que vai receber os aparelhos, ter conhecimento sobre os tópicos abaixo é requisito básico para começar.
Fique por dentro do que diz a legislação!
O que é RDC 50?
A RDC é uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que determina as normas para estabelecimentos de assistência à saúde funcionarem com segurança.
Clínicas, hospitais e centros de imagem que possuem salas de raio-x encontram na RDC 50 o dimensionamento mínimo que as salas de raio-x devem ter para garantir a segurança de todas as pessoas presentes no local, sejam elas profissionais ou pacientes.
Na prática, a RDC 50 prevê que não basta formação médica na área ou possuir registro como CRM ou CRO para abrir uma clínica radiológica. O funcionamento das atividades depende também das medidas do estabelecimento escolhido para receber o aparelho de raio-x.
Tais medidas serão observadas pelo responsável da vigilância sanitária, que utilizará a RDC 50 como fonte de consulta.
No caso da construção de um novo empreendimento, torna-se ainda mais simples, pois a construção já pode ser feita seguindo as recomendações da resolução.
Para abrir uma clínica médica, é necessário muito mais do que a formação na área, ou seja, as atividades irão depender do estabelecimento escolhido para sediar o empreendimento.
O que significa a sigla RDC 50?
A sigla RDC 50 é uma abreviação para Resolução da Diretoria Colegiada de número 50 e ela pode ser acessada no link abaixo.
RDC 50 na prática e na infraestrutura das instituições
A RDC 50 foi publicada em 2002 e trata-se de uma resolução considerada bastante extensa, com cerca de 140 páginas.
Na resolução, estão previstas determinações como:
- As paredes devem possuir no mínimo 210 centímetros.
- A mesa de raio-x não pode ficar a menos de 1 metro de distância de qualquer parede, considerando seu deslocamento.
- O tubo de raio-x não pode ficar a menos de 1,5 metros de qualquer parede.
- Entre outras recomendações.
Mas por que existem essas determinações?
Tais especificações foram definidas considerando a qualidade da imagem que será gerada a partir do aparelho de raio-x, bem como a proteção radiológica do paciente.
Quando o raio-x convencional está em funcionamento, a radiação sai do tubo em direção a parte do corpo que será registrada a imagem, interage com o paciente, interage com as paredes e depois retorna ao paciente.
Dessa forma, quanto menor for a distância entre a parede e o tubo, maior será a quantidade de radiação que voltará ao paciente e ao detector, o que reduz a qualidade da imagem.
A RDC 50 evita o efeito conhecido como retroespalhamento ou reflexão difusa.
É por causa desse efeito que a RDC deve servir de base na instalação da infraestrutura para que as salas e os aparelhos possam ser usados com segurança e com maior qualidade nas imagens geradas.
Também é na RDC 50 que estão previstas determinações como a portaria 453/1998, a qual indica que paredes, teto, piso e portas devem possuir blindagem para assegurar proteção radiológica para as demais áreas e salas.
A cabine de comando onde está o operador também deve ter blindagem e dimensões que proporcionem atenuação suficiente da radiação para garantir a proteção do profissional.
Já no caso de aparelhos como o mamógrafo, as instalações elétricas nas salas de mamografia devem ser internamente revestidas com chumbo ou barita.
Bastante detalhes, não é? Além destes exemplos, há muito mais na resolução.
Aprender a utilizar de forma inteligente será fundamental no desenvolvimento de projetos de novas clínicas e no acompanhamento das instituições!
Utilizando a RDC 50 nas instituições médicas
Diante de tantas informações, é natural que os arquitetos e gestores responsáveis pelas instituições tenham dúvidas sobre a aplicação da RDC, afinal, o material é repleto de especificações.
Por isso, é indicado que a RDC seja utilizada de maneira consultiva, visto que pode ser muito difícil para arquitetos – mesmo os que trabalham na área da saúde – decorarem algo tão extenso.
No Youtube é possível encontrar profissionais com anos de experiência que trazem orientações e sugestões quanto ao uso da RDC. Vale a pena conferir!
Por fim, a RDC 50 é um instrumento indispensável para as instituições.
Seja aquelas que estão começando, ou as que já possuem anos. Todas devem utilizar a resolução para garantir a segurança de todas as pessoas que trabalham, são atendidas e transitam diariamente próximo aos aparelhos de raio-x.