Mesmo com tantas novas tecnologias, o raio-x continua amplamente utilizado graças às várias vantagens proporcionadas no uso desse aparelho que permite gravar e visualizar imagens do corpo de maneira muito eficaz.
O exame de raio x é relativamente barato, é indolor, pode ser realizado de maneira rápida e possui poucas restrições.
É usado no diagnóstico de várias doenças, sendo que quanto melhor a qualidade das imagens geradas, melhor será a capacidade de interpretação dos médicos e mais assertivo será o laudo.
Dessa maneira, quanto mais capacitado o técnico que realizar o exame, mais segurança o paciente e os médicos terão ao obter um diagnóstico.
Conhecer bem este campo é necessário para os profissionais que desejam realizar um bom trabalho e tirar o melhor proveito dos aparelhos de raio-x.
Isso porque, na prática, o aparelho de raio-x possui algumas limitações que dependem de conhecimento técnico para serem superadas.
É o caso da formação das imagens serem em apenas duas dimensões, sendo que as estruturas anatômicas possuem três dimensões.
Por isso, conhecer profundamente os posicionamentos radiológicos é fundamental na hora de registrar diferentes posições a fim de oferecer imagens em diferentes perspectivas.
Se você chegou até aqui é porque, assim como nós, deseja garantir que durante a sua carreira você seja capaz de conduzir a realização de exames de radiografia, seja do tórax, costas, ombro, seios da face, pé, mão ou qualquer outra parte do corpo e obter imagens da melhor qualidade.
Então fique tranquilo, neste artigo vamos aprofundar o seu conhecimento sobre os posicionamentos radiológicos e garantir que você saia ainda mais capacitado para realizar exames.
O que eu preciso saber sobre os posicionamentos radiológicos
Na radiologia, o posicionamento determina a posição do paciente durante a realização de um exame.
Parece algo bastante simples, mas a posição no ângulo correto implica diretamente na acurácia e qualidade do exame.
Cabe ao profissional saber conduzir a realização e também orientar e posicionar o paciente da maneira correta.
Mais do que apenas o conhecimento técnico, é necessário levar em consideração a parte prática, já que orientar o paciente a realizar um posicionamento equivocado pode fazer com que ele se mova durante o exame, prejudicando totalmente a imagem.
Outros fatores que implicam na nitidez é a densidade da região a ser visualizada, a proximidade entre o paciente e o aparelho e o ângulo de observação.
Com tantas variações é natural que dúvidas apareçam, causando insegurança na hora da realização do exame. Mas saiba que não é preciso se preocupar caso você siga as orientações corretas.
A área de posicionamentos radiográficos possui terminologias que descrevem o posicionamento que o paciente deve ser submetido enquanto o exame é realizado.
E agora você vai entender mais sobre elas!
Conheça os principais posicionamentos radiológicos
A fim de padronizar as análises e interpretações das imagens radiográficas, foi adotado pelos profissionais especialistas na área um consenso sobre a perspectiva a ser utilizada em cada exame.
Elas são separadas da seguinte maneira:
Decúbito dorsal, ventral e lateral
Estas três especificações indicam se o paciente vai estar deitado sobre o dorso, sobre o abdômen ou de lado (esquerdo ou direito). Assim fica mais fácil gravar:
- Decúbito dorsal = paciente deitado sobre o dorso
- Decúbito ventral = paciente deitado sobre o abdômen
- Decúbito lateral = paciente deitado do lado esquerdo ou direito
Ortostática
Essa é a posição que sem dúvida a maioria das pessoas que realizou um ou mais exames de raio-x já foram submetidas.
O posicionamento ortostático é quando o paciente deve ficar em pé, com a coluna ereta, as mãos, pés e face voltadas para frente e o olhar no horizonte.
Um exemplo desse posicionamento é a posição anatômica, ilustrada na imagem.
Semi decúbito ventral
O posicionamento semi decúbito ventral indica que o paciente está parcialmente deitado sobre o abdômen, com a perna que está em contato com a mesa esticada e a outra perna com o joelho fletido (dobrado).
Fowler e trendelemburg
Em ambas as posições, a mesa do aparelho de raio-x deve estar inclinada.
No posicionamento Fowler, o paciente se deita de barriga para cima, com a mesa num ângulo em que a cabeça fica mais alta que os pés.
Já no posicionamento Trendelemburg, o paciente se deita também com a barriga para cima, mas com a cabeça mais baixa que os pés.
Litotomia
No posicionamento chamado litotomia, o paciente deita em decúbito dorsal (com abdômen para cima) e apoia os pés no suporte do equipamento mantendo as pernas afastadas.
Esta posição é normalmente utilizada em exames ginecológicos.
Leia também:
→ Os tipos de raio-x e para quais diagnósticos eles são utilizados
→ Qual a validade de exames de imagem e como armazená-los
→ O que é efeito anódico e a importância dele para a radiologia
Diferenças entre posicionamentos radiográficos e incidência radiológica
É mais comum que se imagina a confusão entre os termos posicionamentos radiográficos e incidência radiológica. E aqui vamos esclarecer de vez a diferença entre os dois.
Já vimos que o posicionamento radiográfico determina a posição que o paciente vai ficar durante a realização do raio-x e influencia diretamente na perspectiva de visualização do exame, na qualidade da imagem e também na interpretação do laudo.
A incidência radiológica, por sua vez, está relacionada à incidência da radiação oriundo do aparelho de raio x. É onde a radiação entra e onde ela sai após ser direcionada para parte do corpo a ser gravada.
Você pode ver mais detalhes e um exemplo sobre posicionamento radiológicos e incidência radiográfica aqui:
Tipos de incidência radiográfica
Incidência posterior-anterior (PA)
A incidência PA indica que o feixe de raio x entra pela parte posterior e sai pela parte anterior. Na prática, a face que está próxima a placa do equipamento de raio x é a que aparece mais nítida nas imagens.
Por isso, essa incidência é recomendada quando se deseja observar a parte anterior da área examinada.
Incidência anterior-posterior (AP)
Seguindo a mesma lógica, a incidência AP é quando o feixe de raio x entra no organismo pela parte anterior e sai pela posterior. Sendo indicada para visualizar a parte posterior da área a ser analisada.
Incidências oblíquas
A incidência oblíqua é realizada a partir da solicitação médica, indicada no pedido do exame.
Dessa maneira, a incidência oblíqua privilegia a visualização de um dos lados da parte anterior ou posterior, sendo necessário posicionar a parte solicitada mais próxima a chapa do aparelho de raio x.
Por fim, conhecer as determinações técnicas é fundamental para realizar exames no dia a dia, sendo que entender a função do posicionamento, bem como da incidência, vai determinar a qualidade das imagens de raio x operadas pelos profissionais técnicos.
Nesse sentido, vale a pena estudar e revisar quantas vezes for necessário até fixar as diferenças e particularidades de acordo com a área do corpo.
Considere ter uma agenda ou uma anotação caso seja necessário consultar rapidamente durante a orientação a um paciente.
Com o tempo e a prática, os posicionamentos radiológicos estarão na ponta da língua!