Se analisar bem, faz pouco tempo que os álbuns de fotos deixaram de ser comuns.
A cerca de 10 ou 15 anos atrás, ainda era normal encontrar pilhas e mais pilhas de fotos armazenadas em pastas e álbuns separados por período, ano, idade, festividade.
Atualmente, com exceção de álbuns de formatura ou casamento, poucos ou nenhum outro evento ganha registro físico. Tudo está digitalizado no celular.
Dessa forma, as memórias podem ser rapidamente acessadas na palma da mão e em qualquer lugar quando estão na nuvem.
Entender como a tecnologia facilita a vida das pessoas é fundamental para entender como o sistema PACS facilita a medicina.
Esse termo faz parte da vida de médicos, instituições e centros médicos desde a década de 1990 – e tem sido aprimorado desde então.
O que é o PACS?
PACS é um sistema de armazenamento de imagens e de comunicação para clínicas que fazem diagnóstico por imagem.
A sigla é uma abreviação para Picture Archiving and Communication System, que em português significa Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens.
Sua principal função é padronizar e facilitar a comunicação entre clínicas, hospitais e médicos.
Dessa forma, exames que antes os pacientes levavam em mãos de uma clínica para outra, ou que eram movimentados entre diferentes hospitais, podem ser acessados de maneira digital.
Antes do sistema PACS, a telemedicina enfrentava diversos obstáculos, que além de causar demora no diagnóstico, causava prejuízos financeiros e às vezes obrigava os pacientes a refazer exames para que eles fossem compatíveis com o sistema utilizado em diferentes clínicas.
O PACS veio para eliminar esses problemas, facilitando o trânsito de informações e imagens de radiografia entre diferentes estabelecimentos.
Quando surgiu o PACS?
Tudo começou na década de 1980, quando a internet começou a se popularizar e alguns aparelhos passaram a digitalizar informações médicas, o que deu início a mudanças profundas na forma de fazer medicina – ou melhor, de fazer telemedicina.
Com a evolução das necessidades médicas, a tecnologia exigiu que estes aparelhos fizessem a transmissão de dados de um setor para outro, entre clínicas e até de um hospital ao outro.
E aí começaram os desafios.
Os fabricantes desses aparelhos atenderam essa necessidade criando sistemas que possibilitavam essa transmissão, mas somente entre aparelhos da mesma marca.
Ou seja: o sistema de um fabricante não era compatível com o sistema do concorrente. A tomografia realizada por determinado sistema não poderia ser lida por um sistema de outra marca.
E isso gerava grandes limitações para clínicas, hospitais e pacientes.
E como resolver essa questão?
Padrão DICOM: o início da solução
Para eliminar o problema de comunicação entre sistemas de fabricantes diferentes foi criado o padrão DICOM, Digital Imaging and Communications in Medicene.
O padrão DICOM consiste na padronização do armazenamento e da comunicação eletrônica de imagens geradas por equipamentos de diagnóstico.
Tá aí a referência para criação da nossa marca, RDICOM. 😉
Ele foi criado em 1993 por um comitê norte-americano, formado por médicos e cientistas, e hoje é utilizado de forma global.
O padrão DICOM consiste em:
- Um conjunto de normas que estabelece um formato eletrônico único para armazenamento e comunicação de informações médicas.
- O protocolo estabelece normas para que imagens geradas por equipamentos de ressonância magnética, radiografias, tomografias possam ser compartilhadas entre sistemas.
- O padrão DICOM já está em sua terceira versão, e preza pela compatibilidade dos novos formatos de imagens de diagnóstico, ao mesmo tempo que mantém a compatibilidade com os formatos antigos.
- Atualmente, o comitê é formado por quase todos os grandes fabricantes e instituições médico-científicas do mundo.
- Além de promover a padronização nas trocas dos diversos formatos de imagens médicas, o padrão DICOM é responsável por facilitar o desenvolvimento e expansão dos sistemas PACS.
O padrão DICOM ajudou na evolução e desenvolvimento do sistema PACS, e até hoje norteia as práticas relacionadas à comunicação e armazenamento de imagens e informações médicas.
Qual é o objetivo do PACS?
1) Armazenamento
O sistema PACS possibilita o armazenamento de grandes quantidades de informações médicas, ao mesmo tempo que diminui a chance de extravio de exames.
Imagina que um paciente realizou uma ressonância magnética e precisa guardá-la para uma consulta futura.
A ação do tempo, a forma do armazenamento em casa, o clima, tudo colabora para a deterioração do exame, prejudicando a visualização dos profissionais.
Quando o exame precisa ser transportado entre setores ou clínicas, o extravio dentro dos hospitais obriga o paciente a se deslocar – muitas vezes entre municípios – para refazê-los, gerando prejuízos financeiros e desgaste.
Dessa forma, além de manter a qualidade, o armazenamento digital possibilita que o exame seja encontrado com muito mais facilidade, de maneira ágil, por qualquer profissional que possua a autorização de acesso.
2) Mobilidade
Com a evolução da tecnologia, o sistema PACS também alcançou diferentes níveis de mobilidade.
Os exames que antes já podiam ser acessados por computadores da mesma rede, com o armazenamento em nuvem podem ser acessados de qualquer lugar, como smartphone ou tablet.
Isso representa uma melhora na qualidade do atendimento de várias maneiras:
- Em uma emergência, o profissional pode acessar e analisar exames e informações ainda no deslocamento até o hospital, agilizando o diagnóstico e o tratamento ao paciente.
- Em casos em que é necessário uma segunda opinião, médicos não precisam mais contar com a agenda e com a disponibilidade do outro médico, já que o exame pode ser acessado à distância, sem necessidade de enviar o arquivo físico de um hospital ao outro.
- Sobretudo nas cidades menores, pacientes que precisam se deslocar para centros urbanos para realização de exames podem acessar o resultado online ou simplesmente não precisam se deslocar para buscar o exame e levá-lo até o médico da cidade de residência.
3) Redução de custos
A impressão de exames exige das clínicas investimento de tempo e de matéria-prima.
Isso porque na impressão radiológica são necessários filmes, papéis, químicos, impressoras e máquinas especiais – que necessitam de manutenção constante.
Custo que é eliminado ou reduzido quando as imagens são digitalizada e vistas em alta definição de maneira online. Assim, a impressão só é feita em casos de extrema necessidade ou quando o paciente solicita.
Além do mais, a redução não é somente de custos, mas de produção de lixo, que traz reflexos bastante benéficos quanto a sustentabilidade, questão que cada vez mais é vista como fato positivo para consumidores e clientes dos mais variados serviços, inclusive, de healthcare.
4) Segurança de dados
Quando falamos em segurança de dados, o sistema PACS oferece muita segurança guardando exames e dados de pacientes de maneira criptografada.
Dessa forma, apenas médicos e profissionais que possuem login e senha podem acessar exames e dados pessoais dos clientes.
Isso representa um salto enorme em segurança e também em privacidade, já que não possibilita que os exames sejam facilmente violados nos envelopes ou nas caixas de armazenamento nas clínicas.
5) Histórico do paciente
É muito mais comum do que deveria o fato de que médicos façam prescrições sem ter acesso completo ao histórico do paciente devido a vários motivos.
Para evitar isso, é normal que em todas as consultas os pacientes precisem traçar uma linha do tempo de acontecimentos, procedimentos e medicamentos a quais eles foram submetidos.
Mas muitas vezes a memória falha e não é possível entregar ao médico todas as informações pertinentes.
Por isso, o sistema PACS é tão benéfico, pois permite ao médico ter uma visão cronológica dos eventos de saúde do paciente, ou ainda, permite que eles sejam organizados por meio da aplicação de filtros.
Como funciona o sistema PACS?
Entender o que é o sistema PACS e sua origem baseada no padrão DICOM é imprescindível para entender o funcionamento desses sistemas.
Basicamente, o sistema pode ser resumido em cinco etapas básicas.
- Captura de imagens a serem analisadas a partir de equipamentos usados nos exames de diagnóstico: tomografia, mamografia, ressonância magnética, raio x.
- Em seguida, entra a parte do padrão DICOM: as imagens são transmitidas pelo equipamento a um servidor, por meio de um protocolo de transferência – DICOM ou demais existentes – que determina o formato desses arquivos.
- Os dados transmitidos são então armazenados numa estrutura de dados externa, como na nuvem, ou então em um servidor próprio, caso a instituição possua.
- As informações armazenadas ficam disponíveis para visualização em sistemas web, como as plataformas utilizadas por empresas de telemedicina ou então em estações de trabalho que permitem que os dados sejam acessados offline.
- Os dados podem então ser acessados por pacientes e profissionais de saúde que tem acesso ou credenciais para ver essas informações.
Por manter dados importantes de pacientes – na nuvem ou em servidores próprios – o sistema PACS sofre impactos diretos relacionados a segurança de dados e a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Os impactos da LGPD na saúde digital
A Lei Geral de Proteção de Dados, entre tantas coisas, determina de que maneira os dados dos clientes devem ser tratados pelos prestadores de serviços, empresas e instituições.
A legislação trata, sobretudo, dos dados considerados sensíveis, que podem ser usados de maneira discriminatória contra os pacientes.
Dessa forma, as empresas devem se certificar de garantir segurança aos dados coletados – e principalmente, coletar somente os dados estritamente necessários para a finalidade.
Na área médica, isso se torna um pouco mais sensível em certos aspectos, já que informações de saúde, exames e diagnósticos de doenças devem ficar registrados de maneira a facilitar o acesso dos profissionais de saúde, sobretudo em redes que são compartilhadas, como hospitais públicos onde o acesso é fundamental para manter a agilidade no atendimento.
Nessa hora, alguns padrões já praticados no sistema PACS como a criptografia de dados e os backups periódicos vão auxiliar.
Por outro lado, será necessário reforçar o controle de acesso a dispositivos usados remotamente, garantir o acesso a conexões de redes seguras, garantir tecnologias de proteção, entre outras coisas.
Quanto a coleta de dados
Outra questão que vai interferir drasticamente na questão da saúde é o uso de dados de pacientes.
Isso porque a LGPD prevê que as pessoas sejam informadas sobre a finalidade da coleta de dados. Dessa forma, estabelecimentos, instituições e clínicas não devem coletar informações que não são relevantes.
Quando as informações coletadas, a LGPD protege as pessoas de que esses dados sejam compartilhados ou vendidos a terceiros, fazendo com que a instituição se torne responsável pela manutenção e segurança dos dados.
Quando os dados forem repassados a terceiros, um novo consentimento deverá ser elaborado.
Assim, cabe às instituições médicas, clínicas e hospitais serem transparentes com os pacientes.
Sobre a manutenção dos dados
É importante reforçar que a LGPD não compreende apenas os dados coletados a partir da data em que ela passa a vigorar, mas também aqueles coletados durante todos os anos e que atualmente então nos sistemas, ferramentas e softwares das empresas.
Então como as clínicas, consultórios e hospitais devem fazer para garantir que esses dados estão em conformidade com que prevê a nova lei?
Será necessário realizar uma auditoria interna dos dados que já foram coletados e daqueles que são cadastrados dos novos pacientes.
É importante também revisar quem tem acesso a estes dados – o que pode ser facilmente identificado a partir da revisão dos fluxos de trabalho.
Por fim, além das medidas que envolvem tecnologia e segurança, é necessário investir em medidas de educação e orientação para os profissionais que vão lidar diretamente com esses dados.
O PACS é um sistema que, acima de tudo, traz segurança, agilidade e impacta na produtividade dos profissionais da área médica.
Para os hospitais, clínicas e consultórios, o PACS representa menos burocratização, uma forma de padronizar a linguagem e o compartilhamento de imagens entre os estabelecimentos de saúde.
Outro benefício é que trata-se de um sistema intuitivo e que pode ser facilmente aprendido pelos profissionais, o que resulta num impacto positivo e melhora na qualidade dos processos realizados.
Por fim, contar com uma empresa especializada em software, capaz de auxiliar em todo o processo de instalação e adaptação promoverá resultados bastante satisfatórios para as clínicas, consultórios e hospitais que desejam evoluir para este sistema.