Há mais de uma década, as campanhas de prevenção ao câncer de mama são imensamente difundidas pela mídia, por instituições, organizações e até mesmo empresas do setor privado.
A campanha é tão importante que possui até mesmo um mês exclusivo e inteiramente dedicado às ações de conscientização e divulgação de informação a fim de garantir que todas as mulheres – ou o maior número possível – tenham acesso aos exames de prevenção.
E isto não ocorre à toa.
Você sabia que, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, 60% a 70% dos tumores nas mamas são detectados somente quando já possuem mais de dois centímetros?
Um estágio considerado avançado, em que o tratamento e a cura são mais difíceis e agressivos.
Dessa forma, tão importante quanto os exames de prevenção, é necessário que a capacidade dos aparelhos de mamografia, a qualidade das imagens de raio-x e que os profissionais envolvidos em todas as etapas sejam capacitados para oferecer o um exame de diagnóstico de alta qualidade.
Os profissionais e os aparelhos precisam ter condições de visualizar alterações quando ainda estão em fase inicial e medem menos de um centímetro.
Cabe aos profissionais, aos centros de imagens e aos proprietários de clínicas conhecer profundamente a diferença entre os aparelhos de mamografia e quais tecnologias são indicadas para quem deseja evoluir e oferecer condições cada vez melhores de diagnóstico.
Por isso, nós explicamos neste artigo as diferenças entre os aparelhos de mamografia existentes e quais implicações eles causam na vida dos profissionais e dos pacientes.
Acompanhe!
A importância definitiva do aparelho de mamografia na detecção do câncer de mama
Devido a sua eficiência no diagnóstico, o exame de mamografia é considerado o principal exame para diagnosticar o câncer de mama. Através da radiografia das mamas, é possível identificar tumores em fase inicial, lesões, nódulos e microcalcificações.
Na prática, o mamógrafo é um aparelho de raio-x que gera imagens de alta resolução. É considerado um procedimento de simples realização e expõe os pacientes a níveis de baixa radiação.
Devido a sua popularidade, existem dezenas de modelos no mercado que visam atender a diferentes particularidades e que possuem características distintas de operação.
No Brasil, é recomendado que a mamografia seja realizada anualmente por mulheres a partir dos 40 anos.
Acima dos 50 anos, a realização deve ser periódica, pois a incidência de câncer aumenta consideravelmente.
Para os profissionais, há diferenças e particularidades importantes que aprimoram o resultado final dos exames, que exigem formas diferentes de interpretação e que influenciam no tempo para emissão do laudo.
Sendo que as principais diferenças estão nos exames convencionais e nos exames realizados de forma digital. Vem entender quais são as principais diferenças entre eles!
Principais diferenças entre aparelho de mamografia convencional e digital
Mamógrafo convencional
O mamógrafo convencional ou digital é o mais popular e possui um bom nível de eficiência.
Por utilizar uma tecnologia mais antiga, o aparelho de mamografia convencional tem um custo menor para aquisição quando comparado aos aparelhos de mamografia digital, o que é um benefício para as clínicas e centros de imagem.
Na prática, o exame de mamografia convencional não é invasivo, mas é considerado dolorido. A paciente deve se posicionar em pé diante do equipamento, com as mamas colocadas em cima de uma bandeja, onde serão comprimidas.
O feixe de raio-x atravessa o tecido mamário e a parte que não é absorvida, é registrada na placa localizada embaixo da bandeja, gerando as imagens em tons de preto, branco e cinza.
O técnico em radiologia é o responsável por conduzir o exame.
A principal desvantagem do aparelho de mamografia convencional é que, devido ao fato das imagens serem impressas em filme, caso a qualidade não fique nítida, é necessário realizar o procedimento novamente.
Além disso, a necessidade de imprimir os filmes aumenta o tempo entre a realização do exame e a emissão de laudos.
Com os exames em mãos, pacientes e profissionais devem ter cuidado no manuseio e no armazenamento para que os exames de imagens não sejam danificados.
Mamografia computadorizada
A mamografia computadorizada utiliza uma tecnologia que permite que um aparelho de mamografia convencional faça a emissão de imagens digitalizadas.
Dessa forma, a bandeja em que normalmente ficaria o filme é trocada por um chassi eletrônico, de modo que apenas o chassi do aparelho tem tecnologia digital.
Depois da realização do exame, que segue os mesmos procedimentos da mamografia convencional, as informações armazenadas no chassi são interpretadas pelo computador, se tornando visíveis na tela, sem necessidade de impressão.
Mamografia digital
O aparelho de mamografia digital também utiliza a radiação para obter imagens, com a diferença que o aparelho é desenvolvido de maneira que não são necessários intermediários para tornar as imagens digitais.
Durante a realização dos exames, a imagem é obtida através da interação entre fótons de raio-x e detectores desenvolvidos para este objetivo.
Dessa forma, os aparelhos possuem alta tecnologia e as imagens geradas são mais nítidas, limpas e capazes de registrar pequenas microcalcificações ou lesões.
Para a paciente, o aparelho de mamografia digital exige uma compressão menor das mamas, o que causa menos dor durante a realização.
Ao contrário do mamógrafo convencional, o aparelho de mamografia digital não utiliza filmes. As imagens registradas podem ser aumentadas, reduzidas e ajustadas no computador, o que melhora o diagnóstico.
Seu armazenamento também é mais fácil e seguro, pois as imagens podem ficar armazenadas na nuvem, compartilhados através do sistema PACS e acessadas por profissionais de qualquer lugar, basta possuir login e senha.
O que saber para investir num aparelho de mamografia digital
Para as clínicas e centros de imagem, investir num aparelho de mamografia digital significa investir também no treinamento adequado para utilização do aparelho.
Dessa forma, a compra de um mamógrafo representa um grande impacto no orçamento das instituições, tanto pelo custo do equipamento considerado alto, quanto pela necessidade de investir na capacitação.
Sem treinamento, a má operação do aparelho de mamografia digital pode danificar o mamógrafo, prejudicar a qualidade do exame e colocar a saúde do paciente em risco no caso do uso excessivo de radiação.
Bônus: conheça outros aparelhos que também são utilizados nos exames de mamografia
Termografia
A termografia é uma técnica utilizada para visualizar e quantificar as mudanças na temperatura da superfície da pele do paciente, através de um dispositivo de infravermelho que converte a radiação emitida pela superfície da pele em impulsos elétricos, permitindo que os mesmos possam ser visualizados em cores num monitor.
É através do espectro de cores que é possível observar se há alterações e assimetrias na temperatura do corpo, tornando mais fácil a identificação.
Ultrassonografia
A ultrassonografia é utilizada como um exame complementar de toda mamografia, tendo como papel principal diferenciar os cistos de massas sólidas, além de permitir avaliar massas palpáveis não visualizadas na mamografia.
A ultrassonografia também é utilizada como um acompanhamento pós-cirúrgico do câncer de mama, tendo importante função na detecção de alterações, na forma e localização para que, posteriormente, profissionais apliquem as melhores técnicas de biópsia.
Xeromamografia
Por fim, a xeromamografia é um exame que também é utilizado na detecção do câncer.
A principal diferença para os demais é a parte técnica, pois o processo utiliza uma chapa de alumínio coberta com uma camada de selênio ionizado no lugar da película fotográfica usada na mamografia convencional.
Essa técnica permite obter contrastes superiores aos do aparelho de mamografia convencional, além de permitir a visualização de espessuras de mamas mais densas, como as com implantes de silicone que não podem ser radiografados na mamografia convencional.
Os diferentes métodos e técnicas utilizadas na detecção do câncer de mama representam uma evolução na medicina. Em paralelo, a digitalização dos exames têm proporcionado avanços importantes para os pacientes e para a medicina.
Dessa forma, a diversidade de aparelhos de mamografia e de técnicas utilizadas reforça a necessidade de que profissionais e instituições estejam em constante aperfeiçoamento.
A partir de agora, realizar treinamentos e atualizações, digitalizar os processos e utilizar as vantagens da tecnologia para oferecer diagnósticos e tratamentos mais eficazes serão processos fundamentais para todas as instituições que desejam oferecer atendimento preciso e de qualidade.